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Brasil

'Madame do crime' mentiu sobre formação superior e está presa em cela comum

19 NOV 2017Por Redação13h:20

A jovem Maria Angélica Macedo da Silva, de 25 anos, apelidada pela polícia de 'madame do crime' por ser suspeita de comandar em pelos 15 furtos a residências de São Carlos (SP), está presa em uma cela comum na Penitenciária Feminina de Pirajuí (SP). No depoimento dado à Polícia Civil na segunda-feira (13), dia da prisão, ela mentiu e disse que era formada em educação física, o que foi desmentido pelo pai dela em entrevista ao G1.

Na sexta-feira (17), um comunicado enviado pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou que Maria Angélica deu entrada na penitenciária na terça-feira (14), por volta de 17h.

"Observamos que ao passar pelo procedimento de inclusão, [ela] declarou ter ensino médio completo. Ressalvamos ainda que a presa deve apresentar documentos que comprovem o ensino superior, para ter direito a cela especial", informou a nota.

Formação superior

A informação sobre formação em educação física foi dada à EPTV, afiliada da TV Globo, pelo delegado Maurício Dotta. A suspeita também disse o mesmo aos jornalistas que acompanharam a prisão. Procurado, ele não foi encontrado para falar sobre o assunto.

A dúvida surgiu após o pai da jovem ter dito ao G1 que ela não tinha sequer terminado o ensino médio. “Ela tinha essa limitação, por conta de ser deslumbrada de querer mais do que tinha competência para ganhar. Meus outros filhos são formados, com família constituída e tudo. Ela não queria estudar e sem estudar você não consegue nada hoje em dia", disse o pai.

De acordo com o Código de Processo Penal de 1942, o direito à cela especial, que geralmente tem banheiro e fica fora do presídio comum, é garantida a diplomados de qualquer faculdade de nível superior. Como Maria Angélica não comprovou a afirmação dada em depoimento, ela está em uma cela comum.

Comando de furtos

Apelidada de 'madame do crime' pelos policiais, Maria Angélica Macedo da Silva foi presa na noite de segunda-feira (13), após dois meses de investigações da Polícia Civil.

Segundo o delegado Maurício Dotta, a suspeita tinha informações privilegiadas na escolha das casas. "Ela geralmente alugava veículos e levava os comparsas para as residências previamente escolhidas para serem assaltadas", contou o delegado.

A jovem foi detida pelos policiais após uma tentativa de furto a uma residência na Rua Campos Sales. Segundo o boletim de ocorrência, ela estava em frente a uma casa, dentro de um carro, quando os proprietários do local chegaram. Questionada pelos moradores, a mulher respondeu ter se confundido, achou que a casa era de outra pessoa e foi embora.

Ao entrarem no imóvel, os proprietários se depararam com portas danificadas. Eles anotaram a placa do carro e passaram para a Polícia Militar.

Policiais iniciaram buscas e encontraram a suspeita em um posto de combustíveis, na Vila São José. Uma adolescente de 16 anos e um jovem de 18 estavam no carro dela. Eles foram encaminhados a delegacia e os donos da casa reconheceram a mulher que estava dirigindo o carro. Interrogados, o trio negava qualquer crime enquanto os policiais iniciavam uma série de buscas por objetos furtados pela quadrilha em cinco endereços.

A polícia encontrou em uma casa uma televisão e uma mala com diversos objetos como joias, perfumes, bebidas, aparelhos eletrônicos, entre outros. No bairro Arnon de Mello, mais joias foram encontradas na casa do jovem, de 18 anos, que foi detido com a mulher no carro.

Pai diz que 'fez de tudo'

O pai de Maria Angélica, que é engenheiro aposentado e psicólogo, contou em entrevista ao G1 que a família fez de tudo para tirar a jovem do mundo do crime. Ela já teve passagens pela polícia por furto há cerca de 5 anos.

“Quando ela estava saindo da adolescência, ela teve envolvimento com furto, eu paguei advogado para ela e falei: ‘nunca mais, é só essa vez. A próxima vez você vai se virar sozinha’. Ela entrou nessa vida totalmente torta”, lamentou.

Sobre a ostentação da filha nas redes sociais, ele afirmou que tudo era pago por ela. “Tudo isso que ela fazia era com recursos que ela conseguia de forma ilícita. Não temos casa na praia, tem uma foto que nem é da nossa casa”, afirmou o pai.

Quando soube da prisão da filha por meio de uma sobrinha, o pai não quis ir até a delegacia. “Não estava em condições de passar por mais isso. Eu disse que não ia pagar advogado mais. Têm pais que gastam seu patrimônio para encobrir, para dar um jeitinho. Se ela fosse aproveitar a oportunidade eu faria, mas quando estiver solta de novo vai estar com possibilidade de cair na criminalidade. Chegou a hora dela responder por tudo isso”, destacou.

Foto: Reprodução/ACidadeONSãoCarlos

Fonte: G1 São Carlos e Araraquara 

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