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Exército liberou há 7 meses venda de armas como a que matou Marielle para policiais de folga

Devido à versatilidade, facilidade de compra no mercado negro e poder de perfuração, 9 mm é muito usada também por criminosos.

16 MAR 2018Por Redação/TR19h:00

Comando do Exército autorizou, por portaria publicada em agosto de 2017, que agentes de segurança no Brasil, como policiais civis e militares, comprem armas de calibre 9 mm para uso pessoal fora do trabalho. Foram munições deste calibre que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, no Rio Janeiro, na quarta-feira (14).

Forças de segurança (polícias estaduais, federais, entre outros) não podem usar este calibre durante serviço. Nas ruas, policiais militares usam pistolas calibre .40 como armas oficiais autorizadas.

Os agentes, porém, podem usar armas calibre 9 mm para segurança própria, fora do serviço. Em 8 de agosto do ano passado, o Exército publicou a portaria número 967 que autoriza os agentes de segurança a comprarem até duas armas “da indústria nacional” de porte restrito para uso particular --além da 9 mm, foi liberada a aquisição de pistolas .357 Magnun, .40 S&W, e .45 ACP.

As categorias que podem adquirir essas armas para uso particular são:

Policiais rodoviários federais;

Policiais ferroviários federais;

Policiais civis

Policiais militares;

Bombeiros militares;

Integrantes das polícias legislativas do Congresso Nacional;

Auditores da Receita Federal;

Analistas tributários envolvidos na repressão de crimes.

A pistola 9 mm é adotada como arma-padrão por Exército, Marinha e Aeronáutica. A Polícia Federal (PF) usa a pistola .45, da fabricante norte-americana Glock, e pode ter autorização eventual do Exército para a compra e uso de armas 9 mm.

Poder de perfuração

A principal diferença entre a 9 mm e a munição usada pelos policiais nas ruas, a .40, é a que a primeira possui poder de perfuração maior, provocando danos maiores. Uma munição de 9 mm pode perfurar no máximo até duas pessoas seguidas, mas isso depende de requisitos técnicos da arma e do tipo de ponteira (parte que atinge a vítima).

Por outro lado, a munição normalmente usada pelas polícias nas pistolas .40 possui maior “stopping power” (poder de parada), provocando menos danos internos na pessoa alvejada, mas limitando sua ação.

“A 9mm, que é adotada pelo Exército, tem poder maior de destruição", disse o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo José Vicente da Silva Filho, ex-secretário Nacional de Segurança Pública. Já a .40 o impacto é mais forte, ela derruba mais rápido a pessoa, que é o que o policial precisa: que o criminoso armado pare de atirar contra ele rapidamente, em caso de confronto.”

Segundo ele, apesar de causar mais danos, a 9 mm não impossibilita que a pessoa atingida reaja. "Houve um caso de um criminoso atingido por um policial com 9 mm nos Estados Unidos que teve o rim perfurado e destruído, mas conseguiu atirar e ainda matar um policial”, disse o especialista.

As Forças Armadas usam arma [9 mm] para matar; a PM, [.40] para neutralizar”, acrescentou o coronel.

Lote da PF

A TV Globo apurou que as balas utilizadas pelos criminosos são do lote UZZ-18, vendido para a Polícia Federal de Brasília em 2006, pela empresa CBC. A Polícia Civil do Rio e a Polícia Federal investigam se munições do lote foram desviadas.

Munições do mesmo lote UZZ-18 também foram encontradas em vítimas da maior chacina do Estado de São Paulo. Os assassinatos de 17 pessoas ocorreram em Barueri e Osasco, na Grande São Paulo, em 13 de agosto de 2015. Três policiais militares e um guarda-civil foram condenados pelas mortes.

A PF instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local onde Marielle foi morta. A PF quer saber como as munições saíram de Brasília e chegaram ao Rio. Além disso, a investigação deverá rastrear por onde passou a munição desde a chegada do lote em Brasília, em 2006, até a última quarta-feira.

Fonte: G1

 

 

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