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Apreensão de fuzis estrangeiros no RJ aumentou 169% em oito anos

Segundo secretário de Segurança, 85% dos fuzis que chegam às mãos do crime no RJ são estrangeiros. Mesmo com apreensões recordes, Roberto Sá diz que esforços 'não têm sido suficientes'.

16 NOV 2017Por Youssef Nimer13h:45

O número de fuzis estrangeiros apreendidos no Rio teve um crescimento de 169% nos últimos oito anos. Segundo um estudo recente do Instituto de Segurança Pública, de janeiro a setembro de 2009, foram 146 fuzis apreendidos, contra 393 no mesmo período de 2017, um aumento de 169%. “Em 2009, os fuzis estrangeiros eram 41,4%. Em 2017, de janeiro a setembro, esse número é de 85,8%”, explicou o secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, em entrevista exclusiva ao G1.

Há pouco mais de um ano à frente da Secretaria de Segurança, Sá tem repetido que "Não têm sido o suficiente", referindo-se à quantidade de armas de guerra que ainda permanecem nas mãos de criminosos apesar do aumento das apreensões. Para o secretário, apreender e impedir que fuzis cheguem às mãos de criminosos é prioridade.

Porém, mesmo com o recente recorde de apreensões, Sá ressalta que a quantidade de fuzis vindos de fora do Brasil chegou a mais de 85%, quase o dobro de 2009. Os dados dos anos de 2010 a 2017 não foram divulgados pelo secretário.

A número de armas apreendidas oscilou nos últimos 10 anos: de 11 mil em 2007, passando por 7,4 mil em 2011 e 9 mil em 2016, a maior taxa desde 2008. Em 2017, entre janeiro e setembro, foram 6,6 mil armas apreendidas no Estado.

Ele ressaltou o papel das polícias Militar e Civil no combate ao tráfico de armas de uso restrito, que já era uma bandeira de seu antecessor, José Mariano Beltrame. “A polícia do Estado está fazendo o que pode, mesmo com toda a escassez de recurso, no meio dessa crise econômica. A polícia está tirando (fuzis) de circulação, com o risco da própria vida, mas não tem sido o suficiente”, ressalta ele, dizendo que constantemente se sente ‘enxugando gelo’.

A criação da Delegacia Especializada em Armas e Explosivos (Desarme), segundo ele, foi fundamental para diminuir esta sensação. “Criei uma delegacia especializada nisso, a Desarme, e com o tempo ela tem feito apreensões e prisões espetaculares”, lembra.

Sá afirma que secretaria não possui dados a respeito da quantidade de armas atualmente na mão de criminosos. “Muito difícil estimar a quantidade de armas na mão de criminosos. Costumamos ver apreensões de armas muito novas, o que nos leva a crer que esse reabastecimento acontece com muita frequência”, lamenta.

Devido ao estado de calamidade financeira do Estado e através de muitas visitas de Sá e do Governador Luiz Fernando Pezão à Brasília, a União iniciou o Plano Nacional de Segurança Pública pelo Rio de Janeiro. Dois grupos de trabalho foram formados recentemente para ajudar na crise de segurança do Rio: um grupo de procuradores do Ministério Público Federal e outro de parlamentares federais, esta última liderada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Os dois grupos foram recebidos na última semana por Sá, que nega atritos e dificuldades com a União. A ideia de um grupo para combate ao tráfico de armas, inclusive, não é inédita, com pelo menos uma tentativa anterior na gestão Beltrame.

“Não há nenhuma dificuldade de relacionamento. As Forças Armadas têm atendido o Rio de Janeiro em algumas operações. Foram transferidos para o Rio de Janeiro mais de 380 agentes da Polícia Rodoviária Federal, e o índice de apreensão e prisão nas Rodovias Federais tem aumentado muito”, diz ele, que, no entanto, reconhece que essas e outras instituições, como a Polícia Federal, possuem limitações para ajudar o Rio no combate à violência.

“A gente tem feito interlocução e todo o combate a esse reabastecimento é nossa prioridade, mas temos limitações, inclusive legais, assim como eles também têm".

Sá aproveitou ainda para se defender das acusações feitas pelo Ministro da Justiça Torquato Jardim, que afirmou que comandos da PM são "sócios do crime organizado" e que ele e Pezão não controlam a corporação. O secretário reconheceu que há corrupção nas forças de segurança, mas que a pasta e as instituições correcionais lutam para combater desvios de conduta.

 “A gente reconhece que tem, mas repudiamos a generalização porque ela é perigosa e injusta”, diz o secretário, que defende punição ainda mais pesada para policiais apontados em investigação por desvio de armas para criminosos.

“Se eu defendo dobrar a pena para criminosos que portam fuzis, eu posso te dizer que o policial que negocia fuzil deveria ter o dobro do dobro, porque é muito mais grave, é um traidor da sociedade”, dispara ele.

Secretário pede mais punição

Em outubro, um desejo de Sá foi sancionado pelo presidente Michel Temer: um projeto que de lei que tornava crime hediondo a porte e o porte de armas de uso restrito, como o fuzil. Ele repete que são necessárias leis mais duras contra os criminosos que portam e usam o armamento para cometer crimes. Sá pediu o endurecimento na progressão de regime, usando o exemplo recente do traficante Rogério 157, pivô de disputa armada sangrenta na Rocinha, que está foragido.

“As progressões de regime fazem com que o criminoso volte ao convívio. Um exemplo é o Rogério 157, que foi preso em 2010, solto em 2012 e hoje é um criminoso que trouxe todo esse tormento no episódio da Rocinha. Há indicativos de que os fuzis do Galeão tenham sido encomendados por ele”, relembra o secretário, que diz ser necessário ‘segregar da sociedade’ quem comete crimes. “Se a pena é muito branda, ele não tem medo, e quando é preso ele volta muito rápido ao convívio”, finaliza.

Fonte: G1

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