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Aos 77 anos, sonho de dona Maria é entrar para a faculdade com Enem

Idosa foi uma das candidatas que se submeteram as 180 questões do Exame; expectativa é cursar psicologia ou serviço social

13 NOV 2018Por Redação/TR04h:40

O segundo e último dia de provas do Enem chegou ao fim, mas não o sonho de candidatos que, mesmo encarando horas de avaliação, não deixam o cansaço abalar a determinação em conseguir uma vaga na universidade. É o caso da dona Maria Rosa Rodrigues que, aos 77 anos, esteve presente em seu sexto Enem, no domingo (11), e terminou a prova sem tirar o sorriso do rosto.

“Eu gosto de estudar e aprender. Meu objetivo é fazer uma faculdade e, assim, conseguir ganhar um salário melhor”, revelou a candidata, que é um exemplo de determinação. Assim como os mais de 70 mil inscritos do exame, só em Mato Grosso do Sul, dona Maria se submeteu a responder as 180 questões divididas em dois dias de prova. Hoje, as questões cobradas pelo MEC (Ministério da Educação) englobaram conteúdos diversos da matemática, química, ciências e biologia.

Para dona Maria, que chegou a cursar dois semestre de pedagogia em 2005, a prova deste domingo foi um pouco mais difícil do que a primeira, mas o tempo a mais – trinta minutos – contribuiu para buscar um bom resultado. “Foi bom porque consegui distribuir o tempo para cada questão e não deixei de responder nenhuma”, relatou. “Apesar disso, eu particularmente senti mais dificuldade na prova de hoje, pois não sou tão boa em exatas”.

A expectativa de dona Maria é alcançar notas suficientes para conseguir uma vaga para cursar algo na área de serviço social ou psicologia. O intuito da candidata é entrar em uma universidade pública, mas não descarta disputar uma vaga em particulares, com ajuda do Enem.

“Eu queria mesmo era fazer Libras, mas como não tem faculdade neste área, assistência social e psicologia são minhas opções”, garante.

E quando o assunto é conhecimento, dona Maria não hesita em dizer que faz de tudo para aprender cada vez mais. “Cheguei a fazer três breves cursos oferecidos pela UFMS para idosos, entre os anos de 2016 e 2017, mas não vou parar de estudar, independentemente do resultado do Enem”.

E preparação não vai faltar, mesmo quando for a época da prova. “Quando você estuda constantemente já corre o risco de esquecer alguma coisa, imagina estudar só na hora da prova, esquece mesmo”, concluiu a entrevistada, nos dando mais uma lição de vida.

Nunca é tarde para começar – Dona Maria não foi a única a comprovar que nem só de estudantes do ensino médio e jovens é feita a prova. Muitas pessoas decidem tentar um novo caminho depois de anos em outra profissão. Como o Sandro dos Santos Sales, de 50 anos, e está no primeiro ano de engenharia elétrica. O curso, explica, é em uma universidade particular e agora o estudante tenta ingressar em uma universidade pública.

“As questões estavam bem elaboradas, mas não estava mais difícil na semana passada. Quem leu direito e conseguiu interpretar encontrou facilidade”, argumentou.

Um cirurgião dentista, de 44 anos, que preferiu não ser identificado, tenta, agora, cursar medicina. Ele afirma, no entanto, não ter gostado da prova. “Fazia tempo que não fazia provas desse tipo. Prefiro o vestibular porque acho a prova cansativa e extensa”, comentou. Apesar dos 30 minutos a mais, ele não conseguiu terminar a prova e afirma que o “tempo bônus não fez muita diferença”.

Fonte: Campo Grande News - Liniker Ribeiro, Izabela Sanchez e Bruna Pasche

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