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Artigo

Um rio que agoniza

Luiz Carlos Guglielmetti é advogado, especialista em Direito Tributário, escritor, livre pensador, poeta e ensaísta, a título de terapia ocupacional.

26 MAR 2018Por Redação/TR16h:55

Um rio que faz parte da nossa história e ainda irriga o pantanal sul mato-grossense, o Taquari, já foi navegável e através do seu leito, as mercadorias chegavam até da Europa, com destino às fazendas em torno de Coxim. O que antes era sinônimo de abundância de peixes, agora, assoreado, é tomado de bancos de areia. Tem suas margens ocupadas irregularmente e ainda agoniza com a pesca predatória.

Desde a sua nascente, na Serra do Caiapó, extremo sul do Mato Grosso, banha uma das mais belas formações rochosas ao norte de Alcinópolis e, até a sua foz no rio Paraguai, é uma artéria do pulmão aquático do Pantanal. Seus principais afluentes são os rios Coxim e Jauru.

O rio sobrevive na memória dos causos contados pelos ribeirinhos e das muitas mentiras inventadas pelos pescadores.

Dizem que até um governador do Estado mandou construir e mobiliar uma casa numa ilha no Taquari, em Coxim. O rio, revoltado, com ajuda de uma cheia repentina, levou abaixo a casa com tudo o que tinha dentro. Quem não acredita ainda pode ver, exposto no Museu Parque Temático do Pantanal, os poucos itens que foram salvos.

Como dizia o saudoso poeta mato-grossense Manoel de Barros, se eu pudesse, encompridava o rio, que mesmo escuro e silencioso, ainda vê as paisagens morrerem diante dos seus olhos e agonizando, lembra dos seus cantos cheio de nascentes e, busca uma voz que o represente, ainda que isso seja apenas como carregar água na peneira.

 

 

Mamma dentro

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