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Prefeito de Coxim é assassinado em Campo Grande

8 OUT 2017Por HISTORIAS DE MATOGROSSO DO SUL12h:10

"Circulou ontem à noite pela cidade uma notícia procedente de Campo Grande, que divulgamos em primeira mão, de haver sido assassinado naquela cidade, o prefeito de Coxim, Sr. Manoel Lino d'Ávila, mais conhecido por Manoel Mariano, com 12 tiros e nove facadas", era assim que começava o texto do jornal de Cuiabá ‘O Estado de Mato Grosso’, em sua edição do dia 3 de junho, sob o título: Assassinado em Campo Grande o prefeito de Coxim.

 

Manoel Mariano Foto: cedida pela família

Às 22 horas, de 1° de junho de 1951, é assassinado no Hotel Estação, em Campo Grande, Manoel Lino D'Ávila, o Manoel Mariano, prefeito de Coxim (UDN). Não se conhece maiores detalhes sobre a dolorosa tragédia em que tombou sem vida o prefeito de Coxim, Manoel Lino d'Ávila, da UDN, cidadão respeitável e que gozava do melhor conceito na sociedade coxinense.

No próximo número daremos circunstanciado relato da tragédia.

Tido a princípio como crime político, chegando a causar animosidade entre moradores do distrito de Rio Verde, onde residia a vítima, e de Coxim, descobriu-se tratar-se de latrocínio. Epaminondas Gomes de Arruda, que na época do homicídio servia o exército em Campo Grande, entrevistado anos depois pelo jornal "Correio do Povo", de Coxim, esclareceu o episódio:

Seis meses após sua posse, Mané Mariano foi a Campo Grande para receber o dinheiro de uma boiada. Lá ele tinha uma amante e esta um filho.

O filho da prostituta encontrou o prefeito e lhe pediu dinheiro emprestado. Mané Mariano respondeu-lhe que no momento não tinha. Depois disso Mané foi ao frigorífico para o acerto final, retornando ao hotel em que se hospedara. Ao chegar foi recepcionado pelo rapaz, com uma faca na mão.

O rapaz sangrou Mané Mariano e foi para a Rua Aquidauana, onde escondeu a faca e em seguida foi encontrar sua amante, na Rua 7, passando a pagar uma rodada de cerveja para as moças da casa.

A PRI-7, a todo o momento, noticiava o crime.

O prefeito tinha um sobrinho que era 3° sargento do exército; servíamos na mesma companhia. Ele respondia pelo comando da guarnição naquele dia. Pedi-lhe algumas horas de licença, gentilmente concedida. Eu também tinha uma namorada polaca na Rua 7. Tinha recebido o pagamento e fui visitá-la encontrando a rodada. Peguei a polaca, pedi uma cerveja e sentamo-nos na mesa ao lado.

O rapaz estava no banheiro e quando chegou esbravejou e gritou passando a agredir-me. Foi quando tirei um cabo de aço que carregava na cintura e dei-lhe uma surra desarmando-o.

Em seguida baixou a cavalaria e tive que fugir. Em casa passei a observar o revólver; era um Smith & Wesson .32, dos pequenos. Logo concluí que o malandro não tinha condições de ter uma arma igual aquela. Fui bater na delegacia onde narrei o acontecido. Em seguida o delegado determinou a três policiais que me acompanhassem para trazer o rapaz à delegacia. Prendemos Mário Silvestre, e, ao retornarmos à delegacia, o delegado nos comunicou que o revólver era produto de roubo.

O rapaz, recolhido à cela 'paraíso dos inocentes', confessou o crime, entregando o relógio, a guaiaca e o restante do dinheiro roubado.

Mário Silvestre dos Santos era o nome do assassino.

Latrocínio foi a tipificação criminal.

FONTE: João Ferreira Neto, Raízes de Coxim, Editora UFMS, Campo Grande, 2004, página 192.

Publicada em 05/10/17 no Blog [HISTORIAS DE MATOGROSSO DO SUL]

https://historiasdematogrossodosul.blogspot.com.br/2017/10/1-de-junho-1951-prefeito-de-coxim-e.html?m=1 Acesso em 08/10/2017.

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