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Artigo

Da ignorância

Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

18 JUL 2018Por Redação/TR19h:19

A complexidade de fatores que influenciam o comportamento humano e a diversidade de interesses que permeiam a vida do homem dificultam o entendimento para encontrar a luz que poderá iluminar o seu caminho.

Nesse contexto, destaca-se a influência de certas religiões que fazem com que seus seguidores acreditem ser “diferentes” do resto das pessoas, o que serve também para dividi-los entre si.

A isso ainda se acresce a influência do ego que procura sempre nos dominar, confundindo nossos atos para que prevaleça o egoísmo e o apego. De onde vem a força do ego que tanto mal faz às nossas vidas? Do único pecado que existe: a ignorância. Dela descendem todos os outros males que infernizam nossa existência.

A ignorância sempre vem disfarçada. Dificilmente alguém admitirá que desconhece um assunto para dar uma resposta coerente, precisa, àquilo que é perguntado. Essa atitude não é específica deste tempo, embora alguns dos seus aspectos o sejam: a pressão sobre a necessidade de acumular informação, associada à pressão para apresentar uma resposta imediata – nesta era da velocidade do mundo digital –, faz com que todos queiram emitir uma opinião rápida e certeira a um clique do teclado.

Infelizmente, constatamos que a internet acaba dando voz à mediocridade; ela protege sob o manto do anonimato uma horda de mentecaptos que querem desfilar sua “sapiência” sobre todo e qualquer assunto. É o império da tolice generalizada.

E aí a ignorância passa a reinar. Sócrates sempre dizia que a ignorância era o único mal. Pois dela decorrem todos os outros males. Alguém que ignorar a consciência do que é certo ou errado, naturalmente estará propenso a cometer um erro. Para Sócrates, o conhecimento era algo fundamental; e a partir dessa ideia, o filósofo perseguia o autoconhecimento, que por si só liberta o homem de todas as dependências.

Luís Inácio Luchetta, mestre maçom, em artigo publicado na revista maçônica A Trolha dá algumas dicas interessantes, das quais pinçamos e adaptamos algumas: “Os primeiros passos no caminho da sabedoria são os mais estafantes, porque nossas almas fracas e teimosas detestam o esforço e o desconhecido, sem a garantia completa da recompensa. À medida que progredimos nossa decisão se fortalece e o aprimoramento pessoal torna-se progressivamente mais fácil. Aos poucos passa a ser até difícil deixar de fazer o que é melhor para nós.

“O compromisso firme, e ao mesmo tempo paciente, de remover as crenças nocivas de nossas almas confere-nos, pouco a pouco, a habilidade de ver com mais clareza, através de nossos frágeis temores, nossa desorientação nas questões amorosas e nossa falta de autocontrole. Paramos de nos esforçar para impressionar os outros. Um belo dia percebemos com satisfação que não estamos mais representando para plateia alguma.

“A vida só nos oferece ferramentas, utensílios e trabalho. Ela não é feita à altura das fantasias, ilusões e quimeras do homem, não pode oferecer mudança imediata e renovação súbita de sua personalidade. O que está posto é um caminho árduo de auto percepção.

 “Pitágoras, ao constatar que não havia nada de assombroso no templo de sua iniciação, em vez de decepcionar-se, verificou que não havia nada em si mesmo, apenas desejos e ilusões. Aí então começou o seu caminho para a sabedoria”. Conclusão: Deus nos dá o que precisamos, não o que pedimos. Então com o entendimento de que tudo depende de cada um, façamos o nosso trabalho único, individual e indispensável. A recompensa também será única e individual, coroando todo o esforço. Valerá a pena. E assim venceremos a ignorância, utilizando as ferramentas que a vida nos oferece: a oportunidade da nossa evolução interior.

Fonte: Campo Grande News

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