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Artigo

CORRUPÇÃO, JÁ OUVIU FALAR?

15 SET 2017Por Valdeir Simão e Youssef Nimer08h:38

Todos os dias vivenciamos nos jornais, revistas e redes sociais escândalos envolvendo dinheiro público, é dinheiro na cueca, é dinheiro em caixa, é dinheiro em mala, em todos os poderes, em todos os setores, em todo lugar só se vê e só se fala de corrupção.

Na história do Brasil nunca a classe política ficou tão desprestigiada como agora, antes tratavase prefeito, deputado e governador como atores, o “povo” sentia orgulho em tirar foto com os políticos, hoje em dia, a maioria é taxada como ladrão, e, fica claro que existe um Brasil antes e depois da operação “lava jato”, o “povo” comemora cada prisão, cada milhão e cada político encarcerado.

Pouco se fala de como prevenir a corrupção? Como criar mecanismos políticos de frear o desvio de dinheiro público? Será que só a imputação de sanções é o caminho para parar a corrupção?

Não sejamos hipócritas, a corrupção está intrínseca na vida pública brasileira, culturalmente as pessoas se acostumaram com o toda lá dá cá, ou com promessas de campanhas para quando o político se tornar homem público ter algo em troca.

Aí lanço outra pergunta, quem ataca o político já pediu um voto nas eleições? Sabe quanto custa uma eleição? Estas perguntas são para colocar um ponto de interrogação para como mudar o sistema? Ou, porque será que o Henrique Eduardo Alves (11 mandatos), José Sarney Filho (9 mandatos) e diversos outros continuam sempre figurando como deputados, será porque são bons deputados? Ou porque o sistema não permite que novos nomes comuns sejam galgados a esta cadeira? Agora, a pergunta que paira no ar é, será que com tanta exposição midiática aquela política do toma lá dá cá, acabou? Será que o pedido em troca do voto ainda continua existindo ou vai existir na próxima eleição?

Quem vivencia os bastidores do mundo político diariamente sabe os nomes, as expectativas, os currais eleitorais de quem provavelmente será eleito, e vez ou outra ocorre a alternância de poder, e isto ocorre em razão de que o sistema político é desenhado para que cada vez mais o mesmo político obtenha o cargo público desejado.

E, mesmo com toda a exposição midiática de corrupção, queda presidencial, denúncias envolvendo altos cargos dos poderes legislativo e executivo em todo país, ainda a pauta da reforma política e reforma dos gastos públicos aparentemente está muito fria quando deveria estar fervilhando, com soluções drásticas com conteúdo éticos ou vocês acreditam em alguma forma de mudar o sistema se não mudar a regra do jogo drasticamente?

A título de comparação a Dinamarca é considerada o país menos corrupto do mundo há muitos anos, e lá um deputado recebe o equivalente a R$ 2.800,00 por mês para despesas com reuniões e gastos com equipes, e não tem funcionários exclusivos ou assessores, cada grupo de quatro parlamentares compartilham uma Secretaria e dois estagiários para ajudarem a elaborar a legislação, no Brasil cada deputado tem até R$ 95.000,00 por mês para gastar com funcionários que não precisam ser concursados, além disto, ajuda de custo, auxílio moradia, e uma quota de reembolso de despesas com passagens, assessoria para divulgação do mandato, aluguel, despesas de escritórios, taxis, seguranças, telefonia, correios e ajuda de combustível.

Será que não deveríamos experimentar algo semelhante?

¹ Dr. Edson Kohl Junior -  Advogado e sócio do escritório Kohl Advogados S.S.

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