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Artigo

A militância é a alma dos partidos

Por: João Leite Schimidt

29 NOV 2017Por Redação/YN07h:45

Com o fim do bipartidarismo, o conceito de – militância política – foi reconhecido como instrumento fundamental para o crescimento dos partidos no Brasil.

Seu principal precursor, entre os trabalhistas brasileiros foi Alberto Pasqualini, que inspirou e orientou a doutrina do PDT, estimulando a participação ostensiva do eleitor no processo político. Para ele, a ação política passava, necessariamente, pela solidariedade: “Enquanto o homem não aprender a moderar os seus instintos egoístas e incluir como condição de sua felicidade, a felicidade alheia, não podemos ter esperanças de que haja paz duradoura, segurança e bem estar. Não haverá transformações estáveis e duradouras se reformar ao mesmo tempo caráter do homem. O que é necessário por isso, é educá-lo.”

A militância nos partidos se intensificou quando eles passaram a expor em seus programas, sua identidade social, seus compromissos, sua plataforma. Empresários e trabalhadores se organizam em federações e confederações; sindicatos e associações se multiplicam durante a redemocratização do país. A militância da mulher ilumina a consciência dos eleitores, desde o primeiro voto.

A partir daí, entra em voga a expressão – militante – para designar aqueles que “exercem efetivamente uma atividade” – de interesse corporativo ou coletivo. Até hoje, entretanto, muitos setores da sociedade, permanecem fora da militância política, embora existam muitas opções partidárias.

Na década de 1980, o tema recomeçou a ser debatido mais intensamente, em decorrência da redemocratização que restabeleceu o pluripartidarismo.

Recordo–me que, Deputado licenciado e Secretário de Estado, fiz em companhia do então Governador Marcelo Miranda, uma visita ao grande brasileiro Ulysses Guimarães, na época, eminente condestável da abertura política, um dos representantes daquilo que seria a “Nova República” imaginada por Tancredo Neves, que a morte impediu de concretizar.

Fomos por ele recebidos na residência oficial do Presidente da Câmara dos Deputados, no Lago Sul, em Brasília. Gentil e hospitaleiro, o Deputado Ulysses, não conseguia disfarçar sua enorme agitação anterior. Ouviu com a proverbial atenção e elegância nosso pleito em favor de Mato Grosso do Sul e, talvez levado pela inquietação, acabou confessando o que afligia tanto.

Avançou a confidência: “os problemas são inúmeros, mas o que mais me preocupa é a notícia de que o Fernando Henrique, o Franco Montoro, o Serra e o Richa, estão saindo do partido para fundar o PSDB. Isso é muito ruim porque eles são a alma do partido.”

Ousei replicar: “Presidente, com todo o respeito entendo diferente. Para mim, a alma de um partido é a sua militância, não suas lideranças, por mais importantes que pretendam ser. A força dos partidos está nas ruas, nos companheiros anônimos que nos seguem, porque acreditam nas idéias que a legenda lhes propõe”.

Saí desse encontro imaginando que o efeito desta observação poderia ter causado naquele momento em que Ulysses Guimarães havia alcançado o epítome de sua vida pública. Tempos depois ouvi o velho deputado clamar que, “o governo precisava ouvir as vozes roucas das ruas”.

Há 10 anos no PDT de Mato Grosso do Sul, e 3 anos como seu Presidente Estadual ouço com o mesmo respeito, reivindicações e opiniões das lideranças políticas e da militância. Guio minhas intuições e decisões, de preferência, pelo que nelas identifico como aspiração da maioria dos militantes. Acredito ser esta, a principal razão do nosso crescimento qualitativo.

Fonte: MS Notícias

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