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Agronegócio

Agricultura familiar: colhe mais quem aprende a plantar

23 JUN 2018Por Redação/TR22h:00

O agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira. Plantamos para consumo interno, para exportação e como manufatura para combustíveis, plástico, e até mesmo para a fabricação de medicamentos.

Historicamente, o Brasil teve ciclos vinculados às culturas da cana de açúcar, do café e, mais recentemente, da soja. Com dimensões continentais, o que não falta é terra boa para se plantar.

O grande produtor já está consciente de que a tecnologia e a profissionalização aumentam a produtividade, otimizam o espaço e por consequência, o lucro é maior. Entretanto, o produtor familiar pode encontrar dificuldades ao investir em maquinário e informatização para otimizar seu negócio.

Com mais dificuldades, produz menos, trabalha mais e não domina técnicas necessárias para intercalar culturas sem cansar o solo. Com maquinário adequado e técnicas apropriadas, o pequeno agricultor passa a competir na colocação de seu produto no mercado com condições reais, além de aumentar sua produção num mesmo espaço.

Entretanto, como investir? Onde se profissionalizar? Como abandonar a ideia que o pequeno produtor nunca crescerá, pois planta, colhe e vende muitas vezes da mesma maneira que seus pais e avós?

Para isso, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizado Rural), por intermédio da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), oferece cursos – presenciais ou a distância – profissionalizantes nas áreas agrícola, pecuária, extrativismo, silvicultura, aquicultura, além da promoção de cursos sociais, como nutrição e artesanato. Ainda promove educação formal (curso médio).

Para Francisco Paredes, consultor técnico do Senar/MS, o produtor que utiliza as novas tecnologias de uma maneira eficiente e correta tem como vantagens o ganho de conhecimento técnico, o possível aumento de produtividade e, consequentemente, a redução de seus custos, premissas fundamentais para conseguir sucesso em sua propriedade e se manter na atividade atualmente.

No bolso

Segundo Marcus Rodrigo, coordenador de Agronegócios do Sebrae MS, uma ótima opção de financiamento existente para este público é o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que apresenta diferentes linhas de crédito específicas para as atividades do produtor rural associado ao DAF (Departamento de Agricultura Familiar), para custeio, investimento e aquisição de bens.

O Governo Federal, através do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e também o Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) subsidiam tais financiamentos, que podem ser de pequeno valor ou até para investimentos acima de R$ 100 mil.

Com juros mais baixos do que os do mercado financeiro (3 a 6%), ainda oferece períodos extensos para pagamento da dívida, carência para início das prestações e Rebate de Adimplência (benefício de juros mais baixos para os bons pagadores).

Marcus ainda alerta para a importância do cooperativismo e associativismo, não só para o acesso aos benefícios de crédito, como também para ser competitivo no mercado. O produtor cooperado vai conseguir melhores preços, pois, pela maior quantidade produzida, acaba tomando para si o poder de barganha.

Porém, para isso, a cooperativa precisa manter seus três pilares de sustentação: qualidade, frequência e quantidade. “A maioria dos pequenos produtores familiares, por todo o país, é constituída por pessoas com idade avançada e baixa escolaridade, e vivem no abandono. Por isso, agentes de desenvolvimento (governos federal, estadual e municipal, Sebrae) precisam atuar com o verdadeiro intuito de alavancar tantos e tantos produtores rurais”.

Um ótimo exemplo de sucesso foi o PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), desenvolvido pelo Sebrae, Senar, Fundação Banco do Brasil, Agraer e diversas prefeituras do estado de MS. Oferecendo todos os itens para iniciar a técnica de produção com baixo custo, a iniciativa permitia à pequena propriedade passar a produzir hortaliças, frutas, verduras e até a criação de galinhas poedeiras; gerando renda às famílias e uma produção consciente.

Sua produção, de alta qualidade, é vendida para merenda escolar, feiras e consumo das próprias famílias de produtores. Só no Estado do Mato Grosso do Sul, mais de quatrocentos produtores participaram do projeto.

O caminho para o pequeno produtor

Para gerar escala e melhorias constantes à gestão da propriedade, é fundamental que o pequeno produtor largue o arado e vá atrás das ferramentas que lhe trarão maior aproveitamento, menor tempo de trabalho e muito mais lucro. Profissionalizar é a maneira mais inteligente de aprender com quem trabalha pelo agronegócio a modernizar e alcançar o ciclo da tecnologia.

“Uma das maneiras de crescimento do agronegócio é a verticalização, ou seja, a industrialização, para que a venda do produto seja minimamente processada, o que significa maior ganho com mais tecnologia e muito aprendizado. O empreendedor tem ainda a necessidade de entender a legislação, para que o investimento traga ganho financeiro e desenvolvimento”, diz Marcus Rodrigo.

Os principais fatores para desenvolvimento do pequeno produtor estão ligados, principalmente, à possibilidade de o agricultor conseguir aumentar sua produtividade, ter acesso a canais de comercialização, além de conseguir realizar investimentos em sua propriedade através das linhas de financiamento existentes.

Estas ações, aliadas ao acesso à informação, tecnologia e conhecimento proporcionam uma maior possibilidade de aumento de renda no campo.

Fonte: Blog do SEBRAE

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